A ansiedade é uma resposta natural do corpo ao estresse, mas quando se torna excessiva e persistente, pode evoluir para um transtorno de ansiedade, afetando milhões de pessoas globalmente. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2021), os transtornos de ansiedade são responsáveis por uma parcela significativa do sofrimento mental, impactando a produtividade e a qualidade de vida. Na era moderna, marcada por incertezas econômicas, avanços tecnológicos e desafios sociais, a prevalência desses transtornos tem aumentado, tornando essencial a compreensão e o tratamento adequado para mitigar seus efeitos devastadores.
O que é Transtorno de Ansiedade?
Definição
O Transtorno de Ansiedade é um grupo de condições de saúde mental caracterizadas por sentimentos intensos e persistentes de medo, preocupação e apreensão que vão além das reações normais a situações estressantes. Esses sentimentos podem interferir significativamente na vida diária do indivíduo, afetando seu funcionamento social, ocupacional e pessoal. Existem diferentes tipos de transtornos de ansiedade, incluindo Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Transtorno do Pânico, Fobia Social, Fobias Específicas e Transtorno de Ansiedade Pós-Traumática (TEPT).
Características Principais
- Preocupação Excessiva: Preocupações constantes e difíceis de controlar sobre diversas áreas da vida.
- Medo Intenso: Sentimentos avassaladores de medo ou pânico que podem ocorrer sem motivo aparente.
- Evitamento: Evitar situações ou objetos que desencadeiam ansiedade.
- Sintomas Físicos: Tensão muscular, palpitações, sudorese, tremores, fadiga e dificuldades respiratórias.
- Pensamento Catastrófico: Tendência a antecipar o pior cenário possível em situações diversas.
- Irritabilidade e Inquietação: Sensação constante de nervosismo e dificuldade em relaxar.
Epidemiologia
Os transtornos de ansiedade são uma das condições de saúde mental mais comuns no mundo, afetando aproximadamente 7,3% da população global (World Health Organization, 2021). No Brasil, estima-se que cerca de 9,3 milhões de pessoas sofram de algum tipo de transtorno de ansiedade (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2023). Esses transtornos podem surgir em qualquer idade, mas geralmente começam na infância, adolescência ou início da idade adulta. Mulheres têm uma prevalência maior de transtornos de ansiedade em comparação aos homens (Kessler et al., 2005).
Bases Biológicas/Psicossociais
- Fatores Genéticos: História familiar de transtornos de ansiedade aumenta o risco de desenvolvimento (Kandel, 1998).
- Neurobiologia: Desequilíbrios nos neurotransmissores como serotonina, norepinefrina e GABA estão associados aos transtornos de ansiedade (Craske et al., 2008).
- Fatores Ambientais: Experiências de vida estressantes, traumas e abuso de substâncias podem contribuir para o desenvolvimento (Shafran, Rapee & Barlow, 2003).
- Aspectos Psicossociais: Estresse crônico, baixa autoestima e habilidades de enfrentamento inadequadas podem influenciar a gravidade e a recorrência dos sintomas (Dalgalarrondo, 2008).
Tendências Recentes
Nos últimos anos, a compreensão e o tratamento dos transtornos de ansiedade têm avançado significativamente. As pesquisas têm se concentrado em:
- Intervenções Farmacológicas: Desenvolvimento de novos ansiolíticos e antidepressivos com menor risco de dependência e efeitos colaterais (Bandelow, Michaelis & Wedekind, 2017).
- Terapias Psicossociais: Abordagens como Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), Terapia de Exposição e Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) têm se mostrado eficazes (Kaplan & Sadock, 2015).
- Tecnologia e Telemedicina: Uso de aplicativos e plataformas digitais para monitoramento dos sintomas e suporte terapêutico, facilitando o acesso ao tratamento (Furukawa, Thase & Simon, 2016).
- Mindfulness e Técnicas de Relaxamento: Integração de práticas de mindfulness e meditação como complementos às terapias tradicionais (Silveira, 1981).
- Prevenção e Educação: Aumento da conscientização sobre os transtornos de ansiedade e a importância da intervenção precoce para melhorar o prognóstico (World Health Organization, 2019).
Quais são os sintomas do Transtorno de Ansiedade?
Descrição Geral
Os sintomas do Transtorno de Ansiedade envolvem uma combinação de aspectos emocionais, cognitivos e físicos que afetam significativamente a vida do indivíduo. Esses sintomas variam conforme o tipo específico de transtorno de ansiedade, mas geralmente incluem uma mistura de preocupações excessivas, medo irracional e reações físicas intensas.
Lista de Sintomas
Sintomas Emocionais
- Preocupação Excessiva: Preocupações constantes e difíceis de controlar sobre diversas situações.
- Medo Intenso: Sentimentos avassaladores de medo ou pânico, muitas vezes sem motivo aparente.
- Irritabilidade: Sensação de nervosismo e irritação constante.
- Desesperança: Sentimento de que a situação não melhorará.
Sintomas Cognitivos
- Pensamentos Catastróficos: Tendência a antecipar o pior cenário possível.
- Dificuldade de Concentração: Problemas para focar e manter a atenção.
- Hipervigilância: Estado constante de alerta e atenção a possíveis ameaças.
- Evitamento: Evitar situações ou objetos que desencadeiam ansiedade.
Sintomas Físicos
- Tensão Muscular: Rigidez e dor muscular devido ao estresse constante.
- Palpitações: Batimentos cardíacos acelerados e irregulares.
- Sudorese: Transpiração excessiva, mesmo em situações de pouco esforço físico.
- Tremores: Tremores incontroláveis nas mãos, pernas ou outras partes do corpo.
- Fadiga: Sensação constante de cansaço, mesmo após descanso adequado.
- Dificuldades Respiratórias: Sensação de falta de ar ou hiperventilação.
Observações Importantes
Cada indivíduo com Transtorno de Ansiedade pode apresentar uma combinação única de sintomas, variando em intensidade e duração. É fundamental que um profissional de saúde mental realize uma avaliação detalhada para estabelecer um diagnóstico preciso e elaborar um plano de tratamento personalizado. O reconhecimento e a compreensão dos sintomas são passos essenciais para buscar a ajuda adequada e melhorar a qualidade de vida.
Sobre a Avaliação com o Psiquiatra
Importância da Avaliação Profissional
A avaliação por um psiquiatra é um passo fundamental no diagnóstico e tratamento do Transtorno de Ansiedade. Um especialista qualificado pode identificar os sintomas específicos, diferenciar os diferentes tipos de transtornos de ansiedade e determinar a gravidade do transtorno. Além disso, a avaliação profissional assegura que o paciente receba um plano de tratamento personalizado e eficaz, adaptado às suas necessidades individuais.
Descrição dos Serviços
O psiquiatra utiliza uma abordagem abrangente para avaliar os transtornos de ansiedade, que inclui:
- Entrevistas Clínicas Detalhadas: Conversas estruturadas para entender os sintomas, seu impacto na vida diária e o histórico do paciente.
- Aplicação de Escalas de Avaliação: Utilização de instrumentos padronizados para medir a gravidade dos sintomas, como a Escala de Ansiedade de Hamilton (HAM-A) e o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) (Craske et al., 2008).
- Avaliação de Comorbidades: Identificação de outras condições de saúde mental que possam coexistir com o transtorno de ansiedade, como depressão, transtornos de humor ou abuso de substâncias.
- Revisão de História Médica e Familiar: Consideração de fatores genéticos e antecedentes de saúde que possam influenciar o tratamento.
- Desenvolvimento do Plano de Tratamento: Com base na avaliação, o psiquiatra recomenda intervenções terapêuticas apropriadas, que podem incluir medicação, psicoterapia ou uma combinação de abordagens.
Apresentação do Profissional
Dr. Hugo Salmen Evangelista Espindola é um psiquiatra especializado no tratamento de transtornos de ansiedade e outras condições de saúde mental. Com ampla experiência clínica, o Dr. Hugo adota uma abordagem empática e personalizada, focando no bem-estar integral de seus pacientes. Sua dedicação em oferecer tratamentos baseados em evidências garante que cada indivíduo receba o suporte necessário para alcançar uma melhor qualidade de vida e equilíbrio emocional.
Diagnóstico de Transtorno de Ansiedade
Critérios Diagnósticos (CID-10) e Psicopatologia
O diagnóstico do Transtorno de Ansiedade segue os critérios estabelecidos pela Classificação Internacional de Doenças (CID-10), utilizada no Brasil, além de considerar a psicopatologia específica de cada tipo de transtorno. A CID-10 categoriza os transtornos de ansiedade em diferentes subtipos, cada um com seus critérios diagnósticos específicos.
A. Presença de Sintomas Característicos
Dependendo do subtipo de transtorno de ansiedade, os critérios variam. Abaixo estão os critérios gerais para alguns dos principais transtornos de ansiedade conforme a CID-10:
1. Transtorno de Ansiedade Generalizada (F41.1)
- Preocupação Excessiva e Incontrolável: Preocupações constantes sobre diversas áreas da vida, como trabalho, saúde e relacionamentos.
- Sintomas Físicos: Tensão muscular, fadiga, irritabilidade, dificuldades de concentração e distúrbios do sono.
- Duração: Os sintomas persistem por pelo menos seis meses.
2. Transtorno do Pânico (F41.0)
- Ataques de Pânico Recorrentes: Episódios súbitos de medo intenso acompanhados de sintomas físicos como palpitações, sudorese, tremores, sensação de falta de ar e medo de morrer.
- Medo de Novos Ataques: Preocupação constante com a ocorrência de novos ataques de pânico.
- Evitamento de Situações: Evitar locais ou situações onde ataques anteriores ocorreram.
3. Fobia Social (F40.1)
- Medo Intenso de Situações Sociais: Preocupação excessiva com o julgamento negativo em interações sociais.
- Evitamento: Evitar situações sociais ou enfrentá-las com extremo desconforto.
- Impacto na Vida Diária: As dificuldades sociais afetam o funcionamento ocupacional e interpessoal.
4. Transtorno de Ansiedade Pós-Traumática (TEPT) (F43.1)
- Re-experimentação do Trauma: Flashbacks, pesadelos e pensamentos intrusivos relacionados ao evento traumático.
- Evitamento: Evitar situações, lugares ou pessoas que lembrem o trauma.
- Hiperalerta: Estado constante de vigilância, irritabilidade e dificuldades de sono.
- Duração: Os sintomas persistem por pelo menos um mês após o evento traumático.
B. Disfunção Social ou Ocupacional
As áreas de funcionamento como trabalho, relações interpessoais ou autocuidado estão significativamente comprometidas. Isso significa que os transtornos de ansiedade afetam a capacidade do indivíduo de desempenhar suas funções diárias de maneira eficaz.
C. Duração
O transtorno de ansiedade deve persistir por um período mínimo, variando conforme o subtipo, para que o diagnóstico seja realizado. Por exemplo, no TAG, os sintomas devem durar pelo menos seis meses, enquanto no transtorno do pânico, os ataques podem ocorrer de forma mais intermitente.
D. Exclusão de Outros Transtornos
Os sintomas não são atribuíveis aos efeitos fisiológicos de uma substância (como drogas ou medicamentos) ou a outra condição médica. Além disso, os sintomas não se encaixam melhor em outro transtorno mental, como transtorno obsessivo-compulsivo ou transtorno de estresse pós-traumático.
Psicopatologia dos Transtornos de Ansiedade
Além dos critérios da CID-10, a psicopatologia dos transtornos de ansiedade envolve uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes aos sintomas apresentados. Os transtornos de ansiedade são frequentemente associados a:
- Disfunção Cognitiva: Inclui pensamentos distorcidos, como catastrofização, supergeneralização e ruminação, que amplificam a ansiedade (Klosko et al., 1996).
- Desregulação Emocional: Dificuldade em regular e gerenciar emoções, resultando em respostas emocionais intensas e desproporcionais (Drewes et al., 2018).
- Isolamento Social: Devido ao medo e à evitação, indivíduos com transtornos de ansiedade podem se afastar socialmente, levando ao isolamento e dificuldades em manter relacionamentos interpessoais.
- Hiperatividade do Eixo HPA: Alterações no eixo hipotálamo-pituitária-adrenal, que regula a resposta ao estresse, contribuindo para a manutenção dos sintomas de ansiedade.
- Sensibilidade ao Estresse: Maior reatividade a eventos estressantes, que podem desencadear ou exacerbar os sintomas de ansiedade.
Processo de Diagnóstico
O diagnóstico preciso dos transtornos de ansiedade envolve uma avaliação clínica detalhada conduzida por um profissional de saúde mental qualificado, geralmente um psiquiatra. O processo inclui:
- Entrevista Clínica: Conversas estruturadas para coletar informações sobre os sintomas atuais, histórico médico e psiquiátrico, e o impacto dos sintomas na vida do indivíduo.
- Aplicação de Instrumentos de Avaliação: Utilização de escalas padronizadas, como a Escala de Ansiedade de Hamilton (HAM-A) e o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), para medir a gravidade dos sintomas (Craske et al., 2008).
- Avaliação de Comorbidades: Identificação de outras condições de saúde mental que podem coexistir com os transtornos de ansiedade, como depressão, transtornos de humor ou abuso de substâncias.
- Exame Físico e Exames Complementares: Em alguns casos, podem ser realizados exames físicos ou neurológicos para descartar causas médicas dos sintomas, como distúrbios hormonais ou efeitos de substâncias.
- Discussão de Históricos Familiares: Consideração de antecedentes familiares de transtornos de ansiedade ou outros transtornos mentais, uma vez que há evidências de componentes genéticos nos transtornos de ansiedade (Kandel, 1998).
- Desenvolvimento do Plano de Tratamento: Com base na avaliação, o profissional de saúde mental delineará um plano de tratamento personalizado, que pode incluir terapias comportamentais, farmacoterapia ou uma combinação de abordagens.
Importância de um Diagnóstico Preciso
Um diagnóstico correto é fundamental para garantir que o indivíduo receba o tratamento adequado, melhorando sua qualidade de vida e minimizando o impacto dos transtornos de ansiedade nas suas atividades diárias. Além disso, o diagnóstico diferencial é essencial para distinguir os transtornos de ansiedade de outras condições que podem apresentar sintomas semelhantes, evitando tratamentos ineficazes.
Quais são os tratamentos para Transtorno de Ansiedade?
Opções de Tratamento
O tratamento dos transtornos de ansiedade geralmente envolve uma combinação de abordagens terapêuticas, adaptadas às necessidades individuais de cada paciente. As principais opções de tratamento incluem:
Medicações
Tipos de Medicamentos Utilizados:
- Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS): São utilizados para tratar diversos transtornos de ansiedade.
- Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (IRSN): São eficazes no tratamento de transtornos de ansiedade e depressão.
- Benzodiazepínicos: São utilizados a curto prazo para manejo da ansiedade aguda, devido ao risco de dependência.
- Betabloqueadores: Sãoutilizados para controlar sintomas físicos da ansiedade, como tremores e palpitações.
- Antidepressivos Tricíclicos: Podem ser utilizados em casos específicos de transtornos de ansiedade.
- Ansiolítico não benzodiazepínico: Utilizado para tratamento de ansiedade generalizada.
Benefícios e Possíveis Efeitos Colaterais:
- Benefícios: Redução da intensidade e frequência dos sintomas de ansiedade, melhoria na funcionalidade diária e qualidade de vida.
- Efeitos Colaterais: Náuseas, ganho de peso, insônia, sonolência, tontura, e, em caso de benzodiazepínicos, risco de dependência e tolerância. É essencial monitorar e ajustar a medicação conforme necessário com o acompanhamento do psiquiatra (Bandelow et al., 2017).
Psicoterapia
Tipos de Terapia Recomendados:
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Foca na identificação e modificação de padrões de pensamento disfuncionais e comportamentos que contribuem para os sintomas de ansiedade.
- Terapia de Exposição: Utilizada especialmente para fobias específicas e transtorno de pânico, envolve a exposição gradual e controlada aos estímulos que provocam ansiedade.
- Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT): Promove a aceitação dos pensamentos e sentimentos ansiosos, incentivando o compromisso com ações alinhadas aos valores pessoais.
- Terapia Interpessoal: Ajuda a melhorar as habilidades de relacionamento e a lidar com conflitos interpessoais que podem contribuir para a ansiedade.
- Psicoeducação: Educa o paciente e sua família sobre os transtornos de ansiedade, ajudando a reconhecer sinais de alerta e estratégias de enfrentamento eficazes.
Como a Terapia Complementa o Tratamento: A psicoterapia auxilia na adesão ao tratamento farmacológico, proporciona ferramentas práticas para manejar o estresse e melhorar as habilidades de enfrentamento. Complementa a medicação ao abordar os aspectos emocionais e comportamentais dos transtornos de ansiedade, promovendo uma recuperação mais abrangente (Kaplan & Sadock, 2015).
Opções Naturais/Complementares
- Técnicas de Relaxamento: Meditação, mindfulness, yoga e exercícios de respiração podem ajudar a reduzir a ansiedade e promover o equilíbrio emocional.
- Mudanças no Estilo de Vida: Estabelecer uma rotina regular, praticar exercícios físicos regularmente e manter uma alimentação balanceada podem contribuir para a estabilização do humor e redução da ansiedade.
- Suplementos Nutricionais: Alguns estudos sugerem que suplementos como ômega-3, magnésio e vitaminas do complexo B podem ter efeitos benéficos, embora seja necessário consultar um profissional antes de iniciar qualquer suplementação.
- Fitoterapia: Plantas medicinais como camomila, valeriana e passiflora são utilizadas para promover o relaxamento e reduzir a ansiedade.
Importância do Tratamento Personalizado
Cada indivíduo com transtorno de ansiedade apresenta uma combinação única de sintomas e necessidades. Portanto, é crucial que o plano de tratamento seja personalizado, levando em consideração fatores como a gravidade dos sintomas, a presença de comorbidades, a resposta a tratamentos anteriores e as preferências do paciente. Um tratamento individualizado maximiza as chances de sucesso, promovendo uma recuperação mais eficaz e sustentável.
Contato para Consulta
Se você ou alguém que conhece está enfrentando sintomas de Transtorno de Ansiedade, não hesite em buscar ajuda profissional. Um psiquiatra qualificado pode realizar uma avaliação detalhada e desenvolver um plano de tratamento adequado para melhorar a qualidade de vida e reduzir o impacto do transtorno nas atividades diárias.
Como Lidar com Indivíduos com Transtorno de Ansiedade
Dicas Práticas
Lidar com alguém que possui Transtorno de Ansiedade requer compreensão, paciência e estratégias eficazes para oferecer suporte adequado. Aqui estão algumas orientações práticas para familiares, amigos e colegas:
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Seja Paciente: Entender as dificuldades enfrentadas pela pessoa com transtorno de ansiedade é fundamental. Reconheça que os sintomas não são escolhas, mas sim manifestações do transtorno. Evite demonstrar impaciência ou frustração, mesmo quando os comportamentos parecem excessivos ou irracionais.
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Comunique-se Eficazmente: A comunicação clara e empática pode facilitar a interação. Use uma linguagem não julgadora e evite críticas diretas aos comportamentos associados ao transtorno de ansiedade. Em vez disso, mostre apoio e encorajamento, por exemplo:
- Evite: “Você está exagerando.”
- Prefira: “Estou aqui para ajudar você a superar isso.”
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Eduque-se sobre o Transtorno: Conhecer mais sobre os transtornos de ansiedade ajuda a compreender melhor os sintomas e as necessidades da pessoa. Busque informações em fontes confiáveis, participe de grupos de apoio ou consulte profissionais de saúde mental para adquirir conhecimento aprofundado sobre o transtorno.
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Estabeleça Rotinas: A criação de uma rotina estruturada pode proporcionar segurança e previsibilidade para a pessoa com transtorno de ansiedade. Estabeleça horários regulares para atividades diárias, como refeições, exercícios e momentos de lazer, ajudando a reduzir a ansiedade e a necessidade de controle excessivo.
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Incentive a Busca por Ajuda Profissional: Apoie a pessoa a procurar tratamento adequado, como terapia cognitivo-comportamental (TCC) ou medicação, conforme recomendado pelo psiquiatra. Ofereça-se para acompanhá-la a consultas ou sessões terapêuticas, demonstrando seu apoio contínuo no processo de recuperação.
Considerações Finais
A empatia e a compreensão são essenciais ao lidar com indivíduos que sofrem de transtornos de ansiedade. Reconheça os desafios enfrentados por eles e ofereça um ambiente de apoio e aceitação. Pequenas ações e atitudes podem fazer uma grande diferença na jornada de recuperação, promovendo um relacionamento mais saudável e fortalecendo a rede de apoio ao redor da pessoa com o transtorno.
Curiosidades sobre o Transtorno de Ansiedade
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Origem do Nome: O termo “ansiedade” deriva do latim “anxietas”, que significa inquietação ou aflição (American Psychiatric Association, 2013).
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Prevalência Global: Os transtornos de ansiedade afetam aproximadamente 7,3% da população global, sendo um dos transtornos mentais mais comuns (World Health Organization, 2021).
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Impacto Econômico: Transtornos de ansiedade representam um alto custo econômico devido aos tratamentos, perda de produtividade e suporte social necessário (Bandelow, Michaelis & Wedekind, 2017).
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Genética e Ambiente: A interação entre fatores genéticos e ambientais desempenha um papel crucial no desenvolvimento dos transtornos de ansiedade, com herança genética responsável por até 40% da suscetibilidade (Kessler et al., 2005).
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Tecnologia no Tratamento: Aplicativos de saúde mental estão sendo desenvolvidos para ajudar no monitoramento e gestão dos sintomas de ansiedade, facilitando o acesso a tratamentos personalizados (Furukawa, Thase & Simon, 2016).
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Mindfulness: Práticas de mindfulness têm se mostrado eficazes na redução dos sintomas de ansiedade e no aumento da resiliência emocional, sendo integradas em terapias tradicionais (Clark & Beck, 2012).
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Ansiedade em Crianças: Transtornos de ansiedade são os mais comuns em crianças e adolescentes, impactando seu desempenho escolar e social, e exigindo intervenções precoces (López, Silva & Costa, 2020).
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Comorbidade: Há uma alta comorbidade entre transtornos de ansiedade e depressão, com muitos indivíduos apresentando ambos os transtornos simultaneamente, o que pode complicar o tratamento (Klosko et al., 1996).
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Tratamento Eficaz: Terapias como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e medicamentos como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) são altamente eficazes no tratamento dos transtornos de ansiedade (Craske et al., 2008).
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Impacto no Sono: Transtornos de ansiedade frequentemente afetam a qualidade do sono, levando a insônia e fadiga crônica, o que pode exacerbar os sintomas diários (Mayo Clinic Staff, 2023).

Referências
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- Bandelow, B., Michaelis, S., & Wedekind, D. (2017). Treatment of anxiety disorders. Dialogues in Clinical Neuroscience, 19(3), 219-227. https://doi.org/10.31887/DCNS.2017.19.3/bbandelow
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