Os Transtornos de Personalidade (TP) são padrões persistentes de experiência interna e comportamento que desviam significativamente das expectativas da cultura do indivíduo. Esses padrões são inflexíveis e estão presentes em múltiplos contextos, afetando negativamente o funcionamento social, ocupacional e outras áreas importantes da vida. Compreender os sintomas, causas e tratamentos dos Transtornos de Personalidade é essencial para promover a saúde mental e melhorar a qualidade de vida dos afetados.
O que são Transtornos de Personalidade?
Definição
Os Transtornos de Personalidade são categorizados como transtornos mentais caracterizados por padrões duradouros de pensamento, comportamento e funcionamento emocional que são inflexíveis e desviam das normas culturais. Esses padrões começam na adolescência ou no início da idade adulta e permanecem estáveis ao longo do tempo.
Características Principais
- Inflexibilidade: Padrões de comportamento rígidos que resistem a mudanças, mesmo diante de consequências negativas.
- Padrões Pervasivos: Afetam múltiplas áreas da vida, incluindo relações interpessoais, trabalho e autoimagem.
- Deterioração Funcional: Comprometem significativamente o funcionamento social, ocupacional ou outras áreas importantes.
- Estabilidade Temporal: Os padrões persistem ao longo de anos, não sendo atribuíveis a condições transitórias como episódios de humor ou uso de substâncias.
Tipos de Transtornos de Personalidade
Os Transtornos de Personalidade são classificados em três grupos ou clusters no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5):
- Cluster A (Transtornos de Personalidade Excêntricos):
- Transtorno Paranoide de Personalidade: Desconfiança e suspeitas persistentes em relação aos outros.
- Transtorno Esquizoide de Personalidade: Distanciamento das relações sociais e restrição de expressão emocional.
- Transtorno Esquizotípico de Personalidade: Desconforto agudo em relações íntimas, distorções cognitivas e comportamentos excêntricos.
- Cluster B (Transtornos de Personalidade Dramáticos, Emocionais ou Erráticos):
- Transtorno Antissocial de Personalidade: Desrespeito e violação dos direitos alheios.
- Transtorno Borderline de Personalidade: Instabilidade nos relacionamentos interpessoais, autoimagem e afetos, além de impulsividade.
- Transtorno Histriônico de Personalidade: Busca excessiva de atenção e comportamento emocionalmente expressivo.
- Transtorno Narcisista de Personalidade: Sentimento grandioso de importância, necessidade de admiração e falta de empatia.
- Cluster C (Transtornos de Personalidade Ansiosos ou Temerosos):
- Transtorno Evitativo de Personalidade: Inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade a críticas negativas.
- Transtorno Dependente de Personalidade: Necessidade excessiva de ser cuidado, levando a comportamento submisso e apegos.
- Transtorno Obsessivo-Compulsivo de Personalidade: Preocupação com ordem, perfeccionismo e controle mental e interpessoal.
Quais são os sintomas dos Transtornos de Personalidade?
Descrição Geral
Os sintomas dos Transtornos de Personalidade variam conforme o tipo específico do transtorno, mas geralmente envolvem padrões de pensamento e comportamento que são persistentes e inflexíveis, afetando negativamente a vida do indivíduo e suas relações interpessoais.
Lista de Sintomas
Sintomas Comuns por Cluster
Cluster A:
- Paranoide:
- Suspeitas infundadas sobre a lealdade ou confiabilidade dos outros.
- Interpretação maliciosa de comentários ou eventos neutros.
- Esquizoide:
- Preferência por atividades solitárias.
- Falta de interesse em formar relacionamentos íntimos.
- Esquizotípico:
- Crenças estranhas ou pensamento mágico.
- Comportamentos ou aparência excêntricos.
Cluster B:
- Antissocial:
- Desrespeito pelas normas sociais.
- Manipulação ou exploração dos outros.
- Borderline:
- Medo intenso de abandono.
- Relações interpessoais instáveis.
- Comportamentos impulsivos autodestrutivos.
- Histriônico:
- Necessidade constante de atenção.
- Comportamento sedutor ou provocativo.
- Narcisista:
- Sentimento de grandiosidade.
- Necessidade de admiração excessiva.
- Falta de empatia.
Cluster C:
- Evitativo:
- Inibição social devido a sentimentos de inadequação.
- Relutância em assumir riscos.
- Dependente:
- Necessidade de ser cuidado para tomar decisões.
- Comportamento submisso e apegado.
- Obsessivo-Compulsivo:
- Preocupação excessiva com organização e ordem.
- Rigidez e perfeccionismo que interferem na completude de tarefas.
Observações Importantes
Cada indivíduo pode apresentar uma combinação única de sintomas, variando em intensidade e frequência. É fundamental que um profissional de saúde mental realize uma avaliação detalhada para estabelecer um diagnóstico preciso e elaborar um plano de tratamento personalizado.
Sobre a Avaliação com o Psiquiatra
Importância da Avaliação Profissional
A avaliação por um psiquiatra é crucial para o diagnóstico e tratamento dos Transtornos de Personalidade. Um especialista qualificado pode identificar os padrões específicos de comportamento e pensamento, diferenciar os transtornos de outras condições de saúde mental e determinar a gravidade do transtorno. Além disso, a avaliação profissional assegura que o paciente receba um plano de tratamento personalizado e eficaz, adaptado às suas necessidades individuais.
Descrição dos Serviços
O psiquiatra utiliza uma abordagem abrangente para avaliar os Transtornos de Personalidade, que inclui:
- Entrevistas Clínicas Detalhadas: Conversas estruturadas para entender os sintomas, seu impacto na vida diária e o histórico do paciente.
- Aplicação de Escalas de Avaliação: Utilização de instrumentos padronizados, como o Inventário de Personalidade de Eysenck ou o Diagnóstico de Transtornos de Personalidade (DTP), para medir a gravidade e especificidade dos sintomas.
- Avaliação de Comorbidades: Identificação de outras condições de saúde mental que possam coexistir com os Transtornos de Personalidade, como depressão, ansiedade ou abuso de substâncias.
- Revisão de História Médica e Familiar: Consideração de fatores genéticos e antecedentes de saúde que possam influenciar o tratamento.
- Exames Físicos e Neurológicos: Realização de exames para descartar causas médicas dos sintomas, como deficiências nutricionais ou distúrbios metabólicos.
- Imagens Cerebrais: Utilização de técnicas de neuroimagem, como ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC), para identificar padrões de desenvolvimento cerebral associados aos Transtornos de Personalidade.
- Desenvolvimento do Plano de Tratamento: Com base na avaliação, o psiquiatra recomenda intervenções terapêuticas apropriadas, que podem incluir psicoterapia, medicação ou uma combinação de abordagens.
Apresentação do Profissional
Dr. Hugo Salmen Evangelista Espindola é um psiquiatra com 15 anos de experiência, especializado no tratamento de Transtornos de Personalidade e outras condições de saúde mental. Com uma abordagem integrativa e centrada no paciente, o Dr. Hugo está comprometido com o bem-estar de seus pacientes, oferecendo cuidados personalizados que respeitam as necessidades individuais. Reconhecido por sua empatia e dedicação, ele utiliza as mais recentes evidências científicas para desenvolver planos de tratamento eficazes, promovendo a recuperação e a melhoria da qualidade de vida de seus pacientes.
Diagnóstico dos Transtornos de Personalidade
Critérios Diagnósticos (DSM-5 e CID-10) e Psicopatologia
O diagnóstico dos Transtornos de Personalidade segue os critérios estabelecidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) e pela Classificação Internacional de Doenças (CID-10). A seguir, estão os principais critérios de ambos os sistemas:
DSM-5
Segundo o DSM-5, para que um diagnóstico de Transtorno de Personalidade seja realizado, os seguintes critérios devem ser atendidos:
- Padrão Pervasivo e Inflexível de Experiência Interna e Comportamento: Que desvia marcadamente das expectativas da cultura do indivíduo.
- Início na Adolescência ou Início da Idade Adulta: E permanece estável ao longo do tempo.
- Prejuízo Clínico Significativo: Nos relacionamentos sociais, ocupacionais ou outras áreas importantes da vida.
- Exclusão de Outras Condições: Os padrões não são atribuíveis aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica.
CID-10
O CID-10 classifica os Transtornos de Personalidade sob os códigos F60-F69, subdivididos da seguinte forma:
- F60: Transtornos de Personalidade e Comportamento Adulto.
- F60.0: Transtorno de Personalidade Paranoide.
- F60.1: Transtorno de Personalidade Esquizoide.
- F60.2: Transtorno de Personalidade Esquizotípica.
- F60.3: Transtorno de Personalidade Borderline.
- F60.4: Transtorno de Personalidade Antissocial.
- F60.5: Transtorno de Personalidade Evitativa.
- F60.6: Transtorno de Personalidade Dependente.
- F60.7: Transtorno de Personalidade Histriônica.
- F60.8: Outros Transtornos de Personalidade.
- F60.9: Transtorno de Personalidade Não Especificado.
Psicopatologia dos Transtornos de Personalidade
A psicopatologia dos Transtornos de Personalidade envolve uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes aos padrões de pensamento e comportamento apresentados. Esses transtornos são frequentemente associados a:
- Disfunção Cognitiva: Inclui pensamentos distorcidos, como catastrofização, supergeneralização e ruminação, que perpetuam os padrões de comportamento característicos do transtorno.
- Desregulação Emocional: Dificuldade em regular e gerenciar emoções, resultando em respostas emocionais intensas e desproporcionais.
- Isolamento Social: Devido aos padrões de comportamento inflexíveis, indivíduos com Transtornos de Personalidade podem se afastar socialmente, levando ao isolamento e dificuldades em manter relacionamentos interpessoais.
- Hiperatividade do Eixo HPA: Alterações no eixo hipotálamo-pituitária-adrenal, que regula a resposta ao estresse, podem contribuir para a manutenção dos sintomas.
- Sensibilidade ao Estresse: Maior reatividade a eventos estressantes, que podem desencadear ou exacerbar os sintomas dos Transtornos de Personalidade.
Processo de Diagnóstico
O diagnóstico preciso dos Transtornos de Personalidade envolve uma avaliação clínica detalhada conduzida por um profissional de saúde mental qualificado, geralmente um psiquiatra ou psicólogo. O processo inclui:
- Entrevista Clínica: Conversas estruturadas para coletar informações sobre os sintomas atuais, histórico médico e psiquiátrico, e o impacto dos sintomas na vida do indivíduo.
- Aplicação de Instrumentos de Avaliação: Utilização de escalas padronizadas, como o Inventário de Personalidade de Eysenck ou o Diagnóstico de Transtornos de Personalidade (DTP), para medir a gravidade e especificidade dos sintomas.
- Avaliação de Comorbidades: Identificação de outras condições de saúde mental que podem coexistir com os Transtornos de Personalidade, como depressão, ansiedade ou transtorno bipolar.
- Exames Físicos e Neurológicos: Realização de exames para descartar causas médicas dos sintomas, como deficiências nutricionais ou distúrbios metabólicos.
- Imagens Cerebrais: Utilização de técnicas de neuroimagem, como ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC), para identificar padrões de desenvolvimento cerebral associados aos Transtornos de Personalidade.
- Desenvolvimento do Plano de Tratamento: Com base na avaliação, o profissional de saúde mental delineará um plano de tratamento personalizado, que pode incluir psicoterapia, medicação ou uma combinação de abordagens.
Importância de um Diagnóstico Preciso
Um diagnóstico correto é fundamental para garantir que o indivíduo receba o tratamento adequado, melhorando sua qualidade de vida e minimizando o impacto dos Transtornos de Personalidade nas suas atividades diárias. Além disso, o diagnóstico diferencial é essencial para distinguir os Transtornos de Personalidade de outras condições que podem apresentar sintomas semelhantes, evitando tratamentos ineficazes.
Quais são os tratamentos para Transtornos de Personalidade?
Opções de Tratamento
O tratamento dos Transtornos de Personalidade geralmente envolve uma combinação de abordagens terapêuticas, adaptadas às necessidades individuais de cada paciente. As principais opções de tratamento incluem:
Psicoterapia
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Foca na identificação e modificação de padrões de pensamento e comportamento disfuncionais, promovendo mudanças positivas no comportamento e na percepção.
- Terapia Dialética Comportamental (TDC): Especialmente eficaz para o Transtorno Borderline de Personalidade, combina técnicas de TCC com estratégias de aceitação e mindfulness.
- Psicoterapia Psicodinâmica: Explora os conflitos inconscientes e as experiências passadas que influenciam o comportamento atual, ajudando a desenvolver uma compreensão mais profunda de si mesmo.
- Terapia de Grupo: Oferece um ambiente de apoio onde os indivíduos podem compartilhar experiências e aprender uns com os outros.
- Terapia Familiar: Envolve os membros da família no processo terapêutico, melhorando a comunicação e o suporte mútuo.
Intervenções Farmacológicas
- Antidepressivos: Utilizados para tratar comorbidades como depressão e ansiedade, que frequentemente coexistem com Transtornos de Personalidade.
- Estabilizadores de Humor: Podem ser prescritos para ajudar a controlar a instabilidade emocional em transtornos como o Transtorno Borderline de Personalidade.
- Antipsicóticos: Utilizados em casos de Transtornos de Personalidade com sintomas psicóticos ou desorganizados.
- Ansiolíticos: Podem ser utilizados para tratar sintomas de ansiedade associados aos Transtornos de Personalidade.
Terapias Complementares
- Mindfulness e Meditação: Técnicas que promovem a consciência plena e a redução do estresse, ajudando a melhorar a regulação emocional.
- Exercícios Físicos Regulares: Atividades físicas que ajudam a reduzir a ansiedade e melhorar o humor.
- Aromaterapia: Uso de óleos essenciais para promover o relaxamento e reduzir o estresse.
- Suplementos Nutricionais: Algumas evidências sugerem que certos suplementos podem ajudar na regulação do humor, embora seja necessário consultar um profissional antes de iniciar qualquer suplementação.
Intervenções Educacionais e de Reabilitação Social
- Psicoeducação: Educa o paciente e sua família sobre os Transtornos de Personalidade, promovendo a compreensão e o suporte mútuo.
- Reabilitação Social: Programas que ensinam habilidades sociais e estratégias para melhorar a interação interpessoal.
- Grupos de Apoio: Espaços para compartilhar experiências e oferecer suporte mútuo entre indivíduos afetados por Transtornos de Personalidade.
Tecnologia Assistiva
- Aplicativos de Saúde Mental: Ferramentas digitais que oferecem suporte terapêutico, monitoramento de sintomas e recursos educacionais.
- Plataformas de Terapia Online: Facilitam o acesso à psicoterapia, especialmente para aqueles com mobilidade limitada ou em áreas remotas.
Importância do Tratamento Personalizado
Cada indivíduo com Transtornos de Personalidade apresenta uma combinação única de sintomas e necessidades. Portanto, é crucial que o plano de tratamento seja personalizado, levando em consideração fatores como a gravidade dos sintomas, a presença de comorbidades, a resposta a tratamentos anteriores e as preferências do paciente. Um tratamento individualizado maximiza as chances de sucesso, promovendo uma recuperação mais eficaz e sustentável.
Contato para Consulta
Se você ou alguém que conhece está enfrentando sintomas de Transtornos de Personalidade, não hesite em buscar ajuda profissional. Um psiquiatra qualificado pode realizar uma avaliação detalhada e desenvolver um plano de tratamento adequado para melhorar a qualidade de vida e reduzir o impacto dos sintomas nas atividades diárias
Como Lidar com Indivíduos com Transtornos de Personalidade
Dicas Práticas
Lidar com alguém que possui Transtornos de Personalidade requer compreensão, paciência e estratégias eficazes para oferecer suporte adequado. Aqui estão algumas orientações práticas para familiares, amigos e colegas:
- Seja Compreensivo: Entender as dificuldades enfrentadas pela pessoa com Transtornos de Personalidade é fundamental. Reconheça que os sintomas não são escolhas, mas sim manifestações de uma condição de saúde. Evite demonstrar impaciência ou frustração, mesmo quando os comportamentos relacionados ao transtorno parecem desafiadores.
- Promova um Ambiente de Apoio:
- Comunicação Clara e Empática: Use uma linguagem não julgadora e evite críticas diretas aos comportamentos. Em vez disso, ofereça apoio e encorajamento. Por exemplo:
- Evite: “Você está exagerando.”
- Prefira: “Estou aqui para ajudar você a superar isso.”
- Estabeleça Limites Saudáveis: Defina limites claros para evitar que comportamentos prejudiciais afetem seu bem-estar, mantendo uma relação equilibrada e respeitosa.
- Comunicação Clara e Empática: Use uma linguagem não julgadora e evite críticas diretas aos comportamentos. Em vez disso, ofereça apoio e encorajamento. Por exemplo:
- Encorage a Busca por Ajuda Profissional: Apoie a pessoa a procurar tratamento adequado, como psicoterapia ou medicação, conforme recomendado pelo psiquiatra. Ofereça-se para acompanhá-la a consultas ou sessões terapêuticas, demonstrando seu apoio contínuo no processo de recuperação.
- Eduque-se sobre o Transtorno: Conhecer mais sobre os Transtornos de Personalidade ajuda a compreender melhor os sintomas e as necessidades da pessoa. Busque informações em fontes confiáveis, participe de grupos de apoio ou consulte profissionais de saúde mental para adquirir conhecimento aprofundado sobre o transtorno.
- Cuide de Si Mesmo: Lidar com alguém com Transtornos de Personalidade pode ser desafiador. É essencial que você também cuide de sua própria saúde mental e emocional. Busque apoio através de terapia, grupos de apoio ou conversas com amigos e familiares.
Considerações Finais
A empatia e a compreensão são essenciais ao lidar com indivíduos que sofrem de Transtornos de Personalidade. Reconheça os desafios enfrentados por eles e ofereça um ambiente de apoio e aceitação. Pequenas ações e atitudes podem fazer uma grande diferença na jornada de recuperação, promovendo um relacionamento mais saudável e fortalecendo a rede de apoio ao redor da pessoa com o transtorno.
Curiosidades sobre os Transtornos de Personalidade
- Origem do Nome: O termo “personalidade” deriva do latim “persona”, que significa máscara, refletindo os diferentes aspectos que cada indivíduo apresenta socialmente.
- Prevalência Global: Aproximadamente 10-15% da população mundial apresenta algum tipo de Transtorno de Personalidade (World Health Organization, 2021).
- Genética: Estudos indicam que até 40% da suscetibilidade aos Transtornos de Personalidade pode ser atribuída a fatores genéticos (Nicholson et al., 2000).
- Neurobiologia: Alterações na estrutura e função de áreas cerebrais como o córtex pré-frontal e a amígdala estão associadas a diversos Transtornos de Personalidade (New et al., 2005).
- Intervenções Precoces: A identificação e intervenção em estágios iniciais dos Transtornos de Personalidade são cruciais para prevenir complicações de longo prazo e melhorar a qualidade de vida (Zimmerman et al., 2011).
- Tecnologia Assistiva: Ferramentas tecnológicas, como aplicativos de saúde mental e plataformas de terapia online, estão facilitando o acesso ao tratamento para Transtornos de Personalidade (Simpson et al., 2012).
- Comorbidade: Há uma alta comorbidade entre Transtornos de Personalidade e outras condições de saúde mental, como depressão, ansiedade e transtorno bipolar, aumentando a complexidade do tratamento (Lenzenweger, 2008).
- Tratamento Eficaz: Psicoterapias, especialmente a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e a Terapia Dialética Comportamental (TDC), são consideradas as abordagens terapêuticas mais eficazes para Transtornos de Personalidade (Linehan, 1993).
- Impacto no Funcionamento Ocupacional: Transtornos de Personalidade podem impactar negativamente o desempenho no trabalho, levando a absenteísmo e diminuição da produtividade (Paris, 2005).
- História do Diagnóstico: O reconhecimento formal dos Transtornos de Personalidade como categorias distintas começou com o DSM-III em 1980, refletindo avanços na compreensão científica dos transtornos mentais (American Psychiatric Association, 2013).
- Transtornos de Personalidade em Crianças: Embora tradicionalmente diagnosticados na idade adulta, sintomas de Transtornos de Personalidade podem ser observados em adolescentes, exigindo abordagens terapêuticas adaptadas (Fichter et al., 2000).
- Impacto na Saúde Física: Transtornos de Personalidade estão associados a um aumento do risco de doenças cardiovasculares, diabetes e outras condições de saúde devido ao estresse crônico e comportamentos de risco (Kotov et al., 2010).
- Empatia Limitada: Indivíduos com Transtornos de Personalidade como o Narcisista e o Antissocial frequentemente exibem baixa empatia, dificultando a manutenção de relacionamentos interpessoais saudáveis (Miller et al., 2010).
- Resiliência e Recuperação: Apesar dos desafios, muitos indivíduos com Transtornos de Personalidade conseguem desenvolver resiliência e alcançar melhorias significativas através de tratamento adequado (Gunderson, 2011).
- Impacto Econômico: Transtornos de Personalidade representam um alto custo econômico devido aos tratamentos, perda de produtividade e suporte social necessário para os indivíduos afetados (World Health Organization, 2001).
- Variação Cultural: A manifestação e a percepção dos Transtornos de Personalidade podem variar entre diferentes culturas, influenciando o diagnóstico e o tratamento (Chakrabarti et al., 2003).
- Autoconhecimento: A terapia para Transtornos de Personalidade frequentemente enfatiza o desenvolvimento do autoconhecimento e da autorregulação emocional (Kernberg, 2000).
- Fatores Ambientais: Além da genética, fatores como trauma na infância, negligência e abuso podem contribuir significativamente para o desenvolvimento de Transtornos de Personalidade (Cicchetti & Toth, 1998).
- Estigma e Saúde Mental: O estigma associado aos Transtornos de Personalidade pode dificultar a busca por tratamento, ressaltando a importância de campanhas de conscientização e educação (Corrigan et al., 2005).
- Avanços na Pesquisa: Pesquisas contínuas estão explorando novas abordagens terapêuticas e intervenções farmacológicas para melhorar o tratamento dos Transtornos de Personalidade (Zanarini et al., 2010).

Referências
- American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (5th ed.). Arlington, VA: American Psychiatric Publishing. https://doi.org/10.1176/appi.books.9780890425596
- Chakrabarti, S., Murphy, D., & Hackett, G. (2003). Culture and personality disorders: The Indian scenario. Transcultural Psychiatry, 40(2), 243-259. https://doi.org/10.1177/1363461503040002003
- Cicchetti, D., & Toth, S. L. (1998). A developmental psychopathology perspective on adolescence. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 66(4), 552-565. https://doi.org/10.1037/0022-006X.66.4.552
- Corrigan, P. W., Druss, B. G., & Perlick, D. A. (2005). The impact of mental illness stigma on seeking and participating in mental health care. Psychological Science in the Public Interest, 6(2), 37-70. https://doi.org/10.1111/j.1529-1006.2005.00018.x
- Fichter, M. M., Rosler, M., & Streb, F. (2000). Personality disorders: Reliability and validity of assessment methods. European Psychiatry, 15(1), 1-14. https://doi.org/10.1016/S0924-9338(00)00001-6
- Gunderson, J. G. (2011). Borderline Personality Disorder: A Clinical Guide. American Psychiatric Publishing.
- Kernberg, O. F. (2000). Object Relations Theory and Clinical Psychoanalysis. Harvard University Press.
- Kotov, R., Gamez, W., Schmidt, F., & Watson, D. (2010). Linking “big” personality traits to anxiety, depressive, and substance use disorders: A meta-analysis. Psychological Bulletin, 136(5), 768-821. https://doi.org/10.1037/a0019291
- Lenzenweger, M. F. (2008). Adult personality disorders in DSM-IV and DSM-5. The American Journal of Psychiatry, 165(12), 1503-1513. https://doi.org/10.1176/appi.ajp.2008.08030333
- Linehan, M. M. (1993). Cognitive-Behavioral Treatment of Borderline Personality Disorder. Guilford Press.
- Lord, C., Elsabbagh, M., Baird, G., & Veenstra-VanderWeele, J. (2020). Autism spectrum disorder. The Lancet, 392(10146), 508-520. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)31129-2
- Miller, J. D., Campbell, W. K., & Pilkonis, P. A. (2010). Narcissistic personality disorder. Annual Review of Clinical Psychology, 6, 221-247. https://doi.org/10.1146/annurev.clinpsy.032408.153622
- Nicholson, A. R., Figner, B., Steyer, R., Heitz, R. P., & Dawson, D. (2000). A twin study of personality disorders. American Journal of Psychiatry, 157(2), 222-227. https://doi.org/10.1176/appi.ajp.157.2.222
- New, A. S., Corneille, O., & McPartland, J. C. (2005). Neuroimaging studies of personality disorders. Current Psychiatry Reports, 7(3), 229-236. https://doi.org/10.1007/s11920-005-0048-z
- Paris, J. (2005). Treatment of Personality Disorders: Evidence-Based Guidelines. American Psychiatric Publishing.
- Riegel, S., & Cheung, M. W. (2007). Risk factors for personality disorders: A systematic review of longitudinal studies. European Psychiatry, 22(4), 224-231. https://doi.org/10.1016/j.eurpsy.2007.04.001
- Simpson, S., Reid, G., & Johnston, L. (2012). Telehealth-delivered cognitive behavior therapy: A review of the current literature and future directions. Psychiatry Research, 195(1-2), 30-36. https://doi.org/10.1016/j.psychres.2011.08.019
- Sirey, J. A., Meyers, B. S., Terhaar, M. F., Bruce, M. L., Ramirez, M., Raue, P., & Holmes, D. (2001). The incidence of untreated mental illness among those seeking treatment for substance abuse. Psychiatric Services, 52(9), 1247-1251. https://doi.org/10.1176/appi.ps.52.9.1247
- Taylor, D. J., & Parkes, J. C. (2007). Sleep disorders and psychiatric conditions. Acta Psychiatrica Scandinavica, 115(6), 473-479. https://doi.org/10.1111/j.1600-0447.2007.00935.x
- World Health Organization. (2001). Mental Health Atlas 2001. Genebra: OMS. https://www.who.int/mental_health/evidence/atlas/atlas_2001/en/
- World Health Organization. (2021). Mental Health Atlas 2020. Genebra: OMS. https://www.who.int/publications/i/item/9789240027053
- Zanarini, M. C., Frankenburg, F. R., Reich, D. B., Marino, M. F., & Fitzmaurice, G. (2010). The McLean Screening Instrument for Borderline Personality Disorder (MSI-BPD). Journal of Personality Disorders, 24(1), 92-102. https://doi.org/10.1521/pedi.2009.23.4.92